Francisco Louçã disse sexta-feira, na Lousã, que a crise económica e financeira pode provocar uma taxa de desemprego em Portugal superior a 10%, o que corresponderia a 500 a 600 mil desempregados.
Falando sobre «O Espectro da Crise», na cerimónia pública de apresentação da candidata do partido à Câmara Municipal da Lousã, Ana Filomena Amaral, o coordenador nacional do Bloco de Esquerda (BE) salientou que a actual crise mundial pode ser a «primeira da história do capitalismo de todos os tempos que provoca uma redução global do produto de todo o mundo».
O coordenador nacional dos bloquistas alertou para a diminuição do emprego na «Europa, Estados Unidos da América, Canadá, Japão, África, América Latina», que se irá traduzir «em dezenas e dezenas de milhões de homens e de mulheres que se somam ao desemprego».
Sobre a crise em Portugal, Francisco Louçã criticou o Governo pela falta de legislação no combate à corrupção e à especulação financeira, bem como a não tributação dos prémios extraordinários com um imposto «altíssimo».
O dirigente do BE recorda «um banco onde se pagavam aos administradores em sacos de dinheiro e eles não prestam contas nem pagam os impostos sobre isso ».
«Verificamos depois noutro caso, no maior banco português privado, que há um ano e meio que está a ser investigado e não há ainda uma acusação, um processo em Tribunal, enquanto nos Estados Unidos um escândalo financeiro dois meses depois de ter sido detectado já está a correr o processo em tribunal e daqui a um mês vai acabar», sublinhou.
Para Francisco Louçã, a questão da crise «é também uma crise da Justiça», defendendo «uma justiça com todos os direitos e toda a responsabilidade, justa, mas que seja eficaz no combate ao crime económico e no crime em geral».
«Não é possível aceitar que a Justiça seja ainda um lento caracol que não olha para nenhum dos problemas e nunca chega a lado nenhum», ironizou o líder do BE.
O dirigente bloquista apelou ainda à União Europeia, que é o «maior criador de off-shores», escondendo 61 por cento do dinheiro do Mundo, a acabar com os paraísos fiscais dentro do seu espaço.
«Se a União Europeia quer levar a sério o combate ao crime financeiro feche os seus off-shores, particularmente em território inglês, pressione a Suíça, Lichenstein, Mónaco e países europeus, porque é preciso acabar com esta vergonha», afirmou Louçã.
Segundo o deputado, é nesses paraísos fiscais que «mais de 80 por cento destes milhões de milhões de dólares que são dinheiro de crime, ou de evasão fiscal ou branqueamento de capitais, estão escondidos».
«Para nós termos justiça no mundo é preciso que se combata o crime económico», frisou aos jornalistas.
(Diário Digital / Lusa)
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