Nunca o Bloco foi alvo de tanta pancada. Nunca tantos fantasmas foram lançados acerca deste partido. O seu programa é esmiuçado ponto a ponto, é acusado de radicalismo primário, de querer que Portugal regresse aos tempos do PREC, de querer taxar tudo e todos, de querer nacionalizar tudo e mais alguma coisa. De querer atacar o bolso da classe média, de querer acabar com a riqueza, de querer afugentar o investimento estrangeiro. O Bloco é o demo! As pessoas é que não sabem... Andam distraídas, portanto.
E não está a ser alvo desta marcação cerrada apenas por parte dos seus adversários políticos. São poucos os comentadores na TV e nos jornais que não manifestam sérias reticências relativamente ao Bloco. Martim Avillez Figueiredo, director do i, chegou a afirmar há pouco tempo atrás que um mau resultado do Bloco seria uma prova de maturidade democrática dos portugueses... Comentários para quê?
Mas apesar de toda esta pancada que tem vindo a ser alvo, as perspectivas de um bom resultado teimam em não desaparecer. Arriscaria dizer que a adesão às iniciativas de campanha nunca foi tão grande. E está-se a conseguir chegar a segmentos muitíssimo variados do eleitorado.
Por outro lado, as propostas do Bloco, sobretudo no domínio económico, nunca foram tão discutidas. Discutem-se as nacionalizações, discute-se o fim de alguns benefícios fiscais, discute-se a taxação de alguns bens concedidos pelas empresas. Discutem-se temas inimagináveis há apenas alguns meses atrás.
Uma coisa parece evidente: esta demonização do Bloco só pode ser vista como um bom sinal. Um sinal de que o Bloco representa uma ameaça assustadora, horrenda e infernal ao "vira o disco e toca o mesmo." Venha o dia 27.
João Ricardo Vasconcelos, politólogo, gestor de projectos e autor do blog Activismo de Sofá
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