terça-feira, 28 de julho de 2009

Carta sobre a tolerância

"Confesso que me parece muito estranho que qualquer homem julgue correcto fazer com que outro homem, cuja salvação deseja com ardor, expire em tormentos, mesmo que esse homem não se tenha convertido. Creio que todos pensarão assim. E duvido que alguém possa acreditar que tais acções tenham origem na caridade, no amor ou na boa vontade. Se alguém defende que os homens devem ser obrigados, através do fogo e da espada, a professar certas doutrinas, e a aderir a determinada veneração exterior, sem que se tenha em atenção a sua moral; se houver um esforço para coverter à fé aqueles que estão no caminho errado, obrigando-os a professar coisas em que não acreditam e permitindo-lhes actos que o Evangelho não autoriza; nesse caso não podemos duvidar que quem pratica esse esforço é alguém que deseja ter uma vasta assembleia com a mesma confissão que ele. Agora que esse alguém acima de tudo pretenda com esses meios agrupar uma verdadeira Igreja Cristã é totalmente incrível."

John Locke, 1689



Mudem algumas palavras e digam lá se este texto não se adapta perfeitamente à sociedade e à política madeirense dos nossos dias, 320 anos depois.

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