quinta-feira, 7 de abril de 2011

Vejam bem quem são eles!

“Relatório Fernandes” aprovado ontem em plenário

Metade dos eurodeputados portugueses não abdica de viagens em executiva

Houve um empate. Nove eurodeputados portugueses (socialistas e de esquerda) votaram ontem a favor do fim das viagens aéreas em primeira classe. Outros nove votaram a favor da continuação dessa regalia.
Contra esta emenda, ou seja, a favor da continuação das regalias de voos em executiva, estiveram sete eurodeputados sociais-democratas e dois eurodeputados socialistas

Apesar de tudo, a emenda 3 ao “relatório Fernandes” (proposta por Miguel Portas, deputado do Bloco de Esquerda, em nome do grupo Esquerda Unitária Europeia, e que defendia a alteração dos critérios de viagem de modo a que as deslocações aéreas inferiores a quatro horas fossem feitas em classe económica) acabou rejeitada pela maioria dos membros do Parlamento Europeu (por 402 votos contra, 216 a favor e 56 abstenções).

Há 22 eurodeputados portugueses. Nove votaram a favor da emenda 3. Ou seja, estiveram ontem a favor do fim (com ressalvas) das viagens em primeira classe para deslocações inferiores a quatro horas. A saber: os três deputados do Bloco de Esquerda (Miguel Portas, Marisa Matias e Rui Tavares), os dois deputados da CDU (Ilda Figueiredo e João Ferreira) e quatro eurodeputados do PS (Luís Paulo Alves, Elisa Ferreira, Ana Gomes e Vital Moreira).

Contra esta emenda, ou seja, a favor da continuação das regalias de voos em executiva, estiveram sete eurodeputados sociais-democratas e dois eurodeputados socialistas. Do lado do PSD votaram contra os seguintes deputados: José Manuel Fernandes (o relator), Paulo Rangel, Regina Bastos, Carlos Coelho, Mário David, Maria do Céu Patrão Neves e Nuno Teixeira. Do lado do PS, votaram contra os socialistas Luís Manuel Capoulas Santos e António Fernando Correia de Campos.

A social-democrata Maria da Graça Carvalho não votou. Os dois eurodeputados do CDS-PP, Nuno Melo e Diogo Feio, também faltaram à votação.

Houve apenas uma abstenção: da eurodeputada socialista Edite Estrela.

Lajos Bokros, um deputado conservador da Comissão de Orçamento, ironizou sobre aquilo a que se assistiu ontem na sessão plenária: "À luz da situação difícil em Portugal, é estranho ver um português supostamente conservador lutar por mais dinheiro e um português de esquerda lutar pela prudência fiscal".

Numa altura de contenção orçamental, a emenda frisava que esta mudança para classe económica visava apenas as viagens com menos de quatro horas, quer para os eurodeputados quer para o restante pessoal do Parlamento. E, além disso, a emenda previa excepções em função da idade e do estado de saúde dos viajantes.

Algumas horas antes do voto na sessão plenária, Miguel Portas (que declarou a sua oposição ao projecto) fez um apelo a todos os deputados: “Desculpem lá mas não é normal que deputados que viajaram sempre em económica tenham passado a fazê-lo em executiva mal os voos começaram a ser reembolsados ao bilhete e não ao quilómetro”.

O “relatório Fernandes” (redigido pelo eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes) - com as estimativas orçamentais para o Parlamento Europeu em 2012 - foi ontem votado favoravelmente pelos eurodeputados em Estrasburgo. Foi aprovado por 479 votos a favor, 176 votos contra e 23 abstenções. O orçamento deverá cifrar-se em 1.725 mil milhões de euros, o que significa um aumento de 2,3% em 2012, abaixo da taxa de inflação de 2,8% na UE-27.

Apesar deste aumento orçamental em 2,3%, José Manuel Fernandes frisou na sessão plenária tratar-se de “um relatório que permite que o orçamento para 2012 do Parlamento Europeu seja um orçamento de austeridade, um orçamento de contenção, um orçamento rigoroso". "Tínhamos dito que a actualização seria à volta da inflação. Pois bem, ficámos muito longe da inflação, o que significa que o orçamento para 2012 se traduz num decréscimo real", acrescentou o eurodeputado.

Estas estimativas vão agora ser enviadas à Comissão Europeia, que irá apresentar dentro de duas semanas o anteprojecto de orçamento da UE para 2012.

Algumas horas antes do voto, Miguel Portas disse ainda: “Eu não compreendo como é que pode haver aqui deputados que não hesitam em defender nos seus países políticas de austeridade e de redução do salário e da pensão mas que, quando chega ao momento de decidir sobre o seu próprio dinheiro, aí a austeridade fica à porta de casa. Isto não é sério, meus amigos. Isto é indecente e muito triste”.




VERGONHA!!!

in Público

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