Perante mais um ataque desinformativo por parte de quem devia ter como missão esclarecer os ouvintes e/ou leitores, o Bloco de Esquerda vem, por este meio, repudiar as afirmações efectuadas no programa Dossier de Imprensa, na última quinta-feira na RTP-Madeira, acerca da nossa posição relativamente à Zona Franca Industrial.
Na sua ânsia de defenderem as posições indefensáveis do PSD, há pseudojornalistas que metem os pés pelas mãos, confundem alhos com bugalhos e revelam uma ignorância atroz acerca do que falam, ou, pelo menos, uma incapacidade aflitiva de se tentarem informar para bem poderem informar os outros; o Bloco de Esquerda nunca argumentou, nunca se pronunciou, nunca se manifestou contra a Zona Franca Industrial.
O Bloco de Esquerda sempre se mostrou liminarmente contra a Praça Financeira Exterior, vulgo ‘offshore’, que tem como principal base, não a instalação física no Caniçal, mas uma imaginária colocação num edifício na baixa do Funchal, que serve de fachada para negócios pouco claros que têm sido denunciados, inclusivamente, pela imprensa mundial. Essas ‘empresas’, que fazem passar milhares de milhões de euros pela Madeira, sem pagarem um cêntimo de impostos, não criam qualquer posto de trabalho, não geram receitas para a economia da Região (excepto aquilo que dão a ganhar aos seus mandantes e gestores), nem são sequer uma mais-valia em termos de reconhecimento público do arquipélago (bem pelo contrário).
Por tal, e mais uma vez, o Bloco de Esquerda-Madeira manifesta a sua total oposição ao ‘offshore’ da Madeira, considerando que é apenas mais um instrumento de fuga ao fisco, de lavagem de dinheiro e de enriquecimento ilícito de alguns, que se aproveitam da Madeira e dos madeirenses para se encherem cada vez mais, enquanto a maioria da população vai vendo e sentindo os seus direitos cada vez mais coarctados, a sua vida mais dificultada, as suas necessidades básicas mais limitadas.
O Bloco de Esquerda-Madeira repudia de todo as afirmações de pretensos jornalistas sobre a sua posição referente à Zona Franca Industrial e reafirma que se manifesta apenas contra o ‘offshore’ e contra tudo o que de negativo e pouco transparente aquele ‘negócio’ apresenta.
Junto se anexa notícia do Correio da Manhã, da última terça-feira, que confirma a posição do Bloco de Esquerda.
“Segundo notícia do jornal Correio da Manhã desta terça feira, na Praça Financeira da Madeira existem 2.678 sociedades com actividade declarada. Dessas, apenas 97 tinham mais de dois trabalhadores, 107 têm apenas um trabalhador e 2.435 não têm nenhum trabalhador, sendo apenas um endereço postal, certamente para fugir ao fisco. Segundo o jornal, que teve acesso a dados do Ministério das Finanças, 1.679 sociedades sediadas no offshore da Madeira declararam proveitos, mas apenas 51 pagaram impostos. Em 2009, o valor dos proveitos declarados por essas empresas foi superior a 18.000 milhões de euros e os lucros líquidos atingiram mais de 3.700 milhões de euros, no total. Se fosse aplicada a taxa média de IRC (20%), essas empresas deveriam ter pago ao Estado português cerca de 750 milhões de euros, no entanto o fisco recebeu apenas 5,9 milhões de euros.”
Funchal, 10 de Dezembro de 2010
O Secretariado do Bloco de Esquerda-Madeira
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